sexta-feira, 10 de abril de 2009

Análise final

Alfredo d’EscragnolleTaunay (1843-1899), Visconde de Taunay, como é conhecido, exerceu a carreira de militar e formou a expedição de Mato Grosso para lutar na Guerra do Paraguai (1865-1870), em que o Brasil, Argentina e Uruguai se uniram para lutar contra o Paraguai por causas políticas, econômicas e territoriais, e também na época em que a obra foi escrita, iniciava-se o processo lento e gradual da abolição da escravatura, era aprovada a Lei do Ventre Livre, onde todos os escravos que nascessem à partir daquela época estaria “livre” da escravidão brasileira.
A condição de militar colaborou muito para a criação das obras de Taunay, pois em suas inúmeras viagens, ele adquiriu um vasto conhecimento sobre muitos lugares e, principalmente, o sertão brasileiro, conhecimento que pode ser comprovado com facilidade na descrição do cenário da obra Inocência.
“...Se falham essas chuvas vivificadoras, então, por muitos e muitos meses, ai ficam aquelas campinas, devastadas pelo fogo, lugubrimente iluminadas por avermelhados clarões sem uma sombra, um sorriso, uma esperança de vida, com todas as suas opulências e verdejantes pimpolhos ocultos, como que raladas de dor e mudo desespero por não poderem ostentar as riquezas e galas encerradas no ubertoso seio...” Trecho retirado do livro Inocência de Visconde de Taunay.
O romance Inocência (1872) pertence à escola romântica e por isso traz em seu enredo, características como: o amor incondicional, a supervalorização da natureza e a linguagem regionalista, porém foi escrito em fase de transição para o realismo, trazendo assim algumas características realistas como: a brutalidade do sertão.
Inocência é considerada o melhor romance regionalista do Romantismo, pois o autor soube equilibrar vários pontos opostos: na trama, há oscilação entre ficção e realidade, linguagem culta e regionalista, compara-se também os valores de um simples sertanejo brasileiro e um culto europeu.
Além de Inocência Taunay deixou varias outras obras: são romances, contos, peças de teatro, diários de guerra etc...

sexta-feira, 20 de março de 2009

Resumo elaborado através da análise dos textos abaixo:

O romance regionalista de Visconde de Taunay narra a vida do sertanejo brasileiro. Escrito em fase de transição entre romantismo e realismo, o autor contempla realidades totalmente diferentes ( Pereira X Meyer).
Cirino, é um jovem rapaz, que por ter estudado farmácia por alguns anos se auto-titula médico. A convite de Pereira, um bruto sertanejo, ele vai a sua casa para tratar de sua filha Inocência, uma bela moça, que sofre de “maleitas”. O jovem casal apaixona-se de imediato.
Durante o tratamento de Inocência, hospeda-se por lá um europeu, estudante de insetos, de nome Meyer, que fica deslumbrado com a beleza da menina e ao elogia-la inocentemente, vira alvo da atenção de Pereira, que deve zelar pela integridade da filha até o dia do casamento com o homem a quem estava prometida, Manecão, um rude vaqueiro.
Com a atenção do pai voltada ao naturalista, os encontros entre Cirino e Inocência são facilitados. Mas Tico, um escravo mudo guarda-costas da moça, observa os dois juntos.
Inocência aconselha Cirino a falar com seu padrinho para que ele possa convencer seu pai a deixa-la desfazer o compromisso com Manecão.
Na ausência de Cirino, a moça encontra-se com seu noivo (obrigada pelo pai), e se recusa a ir viver com ele. Pereira e Manecão deduzem que ela esta apaixonada por Meyer e decidem mata-lo. Tico, mesmo sem falar, consegue descrever que é ao doutor que ela ama. Manecão atira duas vezes contra Cirino. O padrinho de Inocência o encontra agonizante e ele faz-o prometer-lhe que Inocência nunca se casará com Manecão.
Cirino morre, dois anos depois Inocência também vem ao óbito. Esta obra é considerada o melhor romance sertanejo do Romantismo.

quarta-feira, 18 de março de 2009

Resumo do livro didático

Taunay
O interior do Brasil, com seus tipos humanos característicos e suas rígidas normas de comportamento social e familiar , constituiu uma fonte de grande interesse para os escritores românticos, que , na verdade, abriram o filão do romance sertanejo para a nossa literatura. A obra Inocência, de Alfredo d’Escragnolle Taunay (1843-1899), é considerada o melhor romance sertanejo do Romantismo.
Taunay deixou uma obra extensa, composta de romances, contos, peças de teatro, memórias etc. Seus principais livros são: Inocência(1872) e A Retirada da Laguna (1874, diário de guerra).
O romance Inocência trascorre no ambiente rústico do interior do Mato Grosso. A jovem Inocência apaixona-se por Cirino, curandeiro ambulante que passava por médico e fora levado a sua casa pelo pai, Pereira, um mineiro rude, para tratar da saúde dela. Cirino é o primeiro homem a despertar-lhe realmente as emoções do amor, criando nela uma grande nela uma grande perturbação íntima, pois estava prometida ao rude vaqueiro Manecão.
Além de Cirino, encontra-se na casa de Pereira um naturalista, alemão, Meyer, que estava no Brasil á procura de espécies de borboletas. Desconhecendo os preconceitos que marcavam a vida familiar sertaneja, Meyer não esconde sua admiração pela beleza de Inocência. Isso preocupa Pereira, que passa o vigiá-lo constantemente dando oportunidade a Cirino de comunicar-se mais facilmente com a moça.
Com a partida de Meyer, as coisas se complicam, aumentando o medo de Inocência, que teme uma reação violenta do pai caso venha saber do romance. A jovem instrui Cirino a procurar seu para que ele convença Pereira a concordar com o rompimento do compromisso com Manecão. Na ausência de Cirino, porém, o idílio é descoberto por Tico, um anão que espreitava continuamente Inocência. Manecão persegue Cirino e o mata. Algum tempo depois morre Inocência.

Texto extraído do livro: Português, de Leila Lauar Sarmento e Douglas Tufano.

Resumo da internet-1

http://www.mundovestibular.com.br/
A obra
Sertão de Santana do Paranaíba, 1860. Pereira ( Martinho dos Santos Pereira ) vive na fazenda com Inocência, sua filha de 18 anos. Seu pai exige-lhe obediência total, num regime antigo e educada longe do mundo. Escolhe para ela o noivo, Manecão, um homem criado no sertão bruto, de índole violenta. Maria Conga é uma preta, escrava de Pereira. Tico é o guarda da moça Inocência, bastante fiel apesar de ser mudo. Um dia, Pereira encontrou-se com um rapaz que percorria os caminhos do sertão a medicar. Havia feitos estudos no colégio do Caraça e iniciado Farmácia em Ouro Preto. Chamavam-no de "doutor", título que não menosprezava. Seu nome era Cirino Ferreira dos Santos ( Dr. Cirino ). Inocência estava doente de "uma febre braba" e o "doutor" curou-a . Os dois apaixonaram-se mais tarde: eram demasiados os cuidados que o "doutor" tinha para com ela. Amavam-se às escondidas e o laranjal era local de encontros proibidos. Pensavam que ninguém poderiam desconfiar... mas Tico, o anãozinho mudo, estava atento... Nesse ínterim, Pereira andava é desconfiado do Dr. Meyer, um caçador de borboletas, que por lá aparecera! Desconfiava a tal ponto que o ilustre entomólogo passou a ser "persona non grata". Dr. Meyer tinha por objetivo descobrir espécimes novos para museus europeus. Respeitava com muito carinho e muita atenção a bonita Inocência. José Pinho (Juque), ajudante de Dr. Meyer, explicava a função de seu patrão: procurar insetos. E isso durante quase dois anos...
Garcia, leproso, aparece na fazenda do Sr. Pereira. Quer falar com Dr. Cirino. O "médico" diz-lhe que a doença e incurável e contagiosa.
Inocência foi maltratada pelo pai, quando este soube de seu amor com o doutor. Foi atirada contra a parede. Resistiu e jurou não se casar com Manecão, o sertanejo violento. Mas o pai – Sr. Pereira – achou que a filha estava de "mau olhado", por causa do Dr. Meyer.E encontrou uma solução: ele ou Manecão mataria o intruso alemão. Dr. Meyer não deu ouvidos a Pereira, zombado de sua ameaça. Tomou-se de vergonha: era ofensa demais. Tico, após testemunhar o amor existente entre Inocência e Cirino, explicou ao Sr. Pereira tudo que se passava...
Manecão começou a seguir os passos de Cirino. Até um dia interpelou-o . Tirou uma garrucha da cintura e... Cirino caiu por terra, pedindo água e sussurrando o nome de Inocência. Agonizante, exigia do mineiro Antônio Cesário que não deixasse Inocência casar-se com Manecão...
Dr. Guilherme Tembel Meyer, em 1863, apresentava aos entomólogos do mundo a sua mais recente descoberta: uma borboleta até então desconhecida: "Papilio Innocentia:" em homenagem à Inocência, a moça do sertão de Santana do Paranaíba, da Parte sul oriental do Mato Grosso.
Inocência, coitadinha...
Exatamente nesse dia dois anos faria que seu gentil corpo fora entregue à terra, no intenso sertão de Santana do Parnaíba, para dormir o sono da eternidade...
CARACTERIZAÇÃO DOS PERSONAGENS:
Martinho dos Santos Pereira (Pereira) – Homem de mais ou menos 45 anos, gordo, bem disposto, cabelos brancos, rosto expressivo e franco. Pessoa honesta, hospitaleiro, severo e não trocava a sua palavra nem pela vida.
Inocência – Cabelos longos e pretos, nariz fino, olhos matadores, beleza deslumbrante e incomparável, faces mimosas, cílios sedosos, boca pequena e queixo admiravelmente torneado. Enfim, uma jovem de beleza deslumbrante e incomparável.Simples, humilde, meiga, carinhosa, indefesa e eternamente apaixonada.
Tico – O anão guardião de Inocência. Mudo, raquítico, esperto e fez por um momento, o papel de fofoqueiro.
Maria Conga – Escrava de Pereira que cuidava dos afazeres domésticos. Escura, idosa e malvestida. Usava na cabeça um pano branco de algodão.
Major Martinho de Melo Taques – Homem que merecia influência na vila de Santana do Parnaíba: Juiz de paz e servia de juiz municipal. Participou da Guerra dos Farrapos no Rio Grande do Sul. Era comerciante e gostava de contar casos, ou seja, "prosear".
Manecão – alto, forte, pançudo e usava bigode. Enfim, vaqueiro bruto do sertão. Pessoa fria que matava, se fosse preciso, em defesa de sua honra.
Antônio Cesário – Padrinho de Inocência. Homem respeitado, de palavra, honesto e justo. Fazendeiro do sertão.
Guilherme Tembel Meyer – alto, rosto redondo, juvenil, olhos claros, nariz pequeno e arrebitado, barbas compridas, escorrido bigode e cabelos muito louros. Pessoa de boa ídolo, esperto em sua função e simples ao pronunciar as sua palavras. Admirador da natureza e da beleza de Inocência.
José Pinho (Juque) – Ajudante de Meyer. Era muito intrometido em conversas alheias. Pessoa boa e de confiança de seu patrão.
Cirino Ferreira Campos – Tinha mais ou menos 25 anos, presença agradável, olhos negros e bem rasgados, barbas e cabelos cortados quase à escovinha. Era tão inteligente quanto decidido. "Doutor" Cirino era caridoso, bom doava a própria vida em defesa do amor.
COMPONENTES DA OBRA:
O romance relata a vida do povo do sertão brasileiro. O autor nos mostra de forma nem clara, a simplicidade, o sofrimento e o jeito típico do sertanejo, através de seus personagens.
Sofrimento – A caminhada do sertanejo em busca de seus objetivos através de longas distâncias, sendo que no percurso, existe a dificuldade do abrigo. Simplicidade – É claramente observada através do comportamento e diálogos entre as personagens típicas. Contradições – Comprava-se entre o jeito de ser do sertão e a forma avançada da Europa (Pereira e Meyer). Amor – Um amor tão puro e verdadeiro que por falta de condições de existência preferiu a morte, ou pelo menos, foram levados a ela. Honra – Pereira para manter a honra familiar, sacrificava sua própria filha, já que sua palavra estava acima de tudo. Beleza – É retratada através da paisagem do sertão e da jovem Inocência. Escravidão – ë representada por Maria Conga e outros.
MOMENTO LITERÁRIO
Inocência pode ser considerada a obra prima do romance regionalista (Sertão do Mato Grosso) do nosso Romantismo. Seu autor, Visconde de Taunay, soube unir ao seu conhecimento prático do país, adquirindo em inúmeras viagens na condição de militar, o seu agudo senso de observação da natureza e da vida social do Sertão brasileiro.
A qualidade de Inocência resulta do equilíbrio alcançado entre os aspectos ligados ao conceito de verossimilhança – que muitas vezes chegava a comprometer a qualidade de obras regionalistas –, como a tensão entre ficção e realidade, a linguagem culta e a linguagem regional e a adequação dos valores românticos à realidade bruta do nosso Sertão.
Inocência é uma história de amor impossível, envolvendo Cirino, prático de Farmácia que se autopromoveu médico, e Inocência, uma jovem do Sertão de Mato Grosso, filha de Pereira, pequeno proprietário típico da mentalidade vigente entre os habitantes daquela região.
A realização amorosa entre os jovens é invisível porque Inocência fora prometida em casamento pelo pai de Manecão, um rústico vaqueiro da região; e também porque Pereira exerce for vigilância sobre a filha, pois, de acordo com seus valores, ele tem de garantir a integridade de Inocência até o dia do casamento.
Ao lado dos acontecimentos, que constituem a trama amorosa, há também o choque de valores entre Pereira e Meyer, um naturalista alemão que se hospedara na casa de Pereira à procura de borboletas, evidenciando as contradições entre o meio rural brasileiro e o meio urbano europeu.
A atração pelo pitoresco e o desejo de explorar e investigar o Brasil do interior fizeram o autor romântico se interessar pela vida e hábitos das populações que viviam destante das cidades. Abria-se assim, para o Romantismo, o campo fecundo do romance sertanejo, que até hoje continua a fornecer matéria à nossa literatura.
MOMENTO HISTÓRICO
Na época em que o autor se inspirava para escrever Inocência, acontecia no país a aprovação da Lei do Ventre Livre, onde todos os filhos de negros que nascessem à partir daquela data seria livre da escravidão brasileira.

Resumo da internet-2

http://www.pobrevirtual.com.br
Inocência - Visconde de Taunay
Uma obra de transição para o Naturalismo. A história conta sobre Cirino, um falso médico que errava pelo sertão e acaba na casa de Pereira, um sertanejo machista e ignorante. Ele cura a filha deste, Inocência, de malária e apaixona-se. Aparece depois Meyer, um entomólogo alemão que, após inocentemente elogiar a beleza de Inocência, passa a ser vigiado incessantemente por Pereira. Ele fica por lá por recomendações do irmão de Pereira e sai mais tarde de volta a Saxônia para apresentar uma nova espécie de rara beleza que encontrou, ao qual dá o nome de Papilio Innocentia. Cirino sofre porque Inocência é prometida e depois se encontra castamente com ela algumas vezes. Ela lhe pede que fale com seu padrinho para que por eles interceda. Enquanto Cirino está fora ela e Manecão, seu noivo, se encontram e ela se recusa a viver com ele. A suposta desonra leva Manecão a matar Cirino, que morrendo encontra o padrinho de Inocência que vinha lhe ajudar. Esta obra pode ser considerada de transição para o Naturalismo por causa de uma grande e infalível característica: o homem é produto do meio.